terça-feira, 29 de setembro de 2020

O Que é Escoliose, Como Identificar e Quais os Possíveis Tratamentos?

O que é escoliose?

Escoliose é um desvio tridimensional da coluna que pode ser encontrada em qualquer parte da coluna vertebral, sendo menos comum na coluna cervical e mais comum na coluna torácica e lombar com predominância acentuada na região conhecida como charneira toraco lombar, ou seja, na área de junção desses dois segmentos vertebrais.

sse desvio vertebral é considerado patológico, isto é, não é normal e não deveria ocorrer. Isso porque as únicas curvas fisiológicas que ocorrem na coluna são as curvas no sentido antero posterior como as lordoses lombar e cervical e a cifose torácica. A escoliose pode ser classificada em duas linhas principais, a escoliose estrutural e compensatória, sendo essa ultima a mais comum em consultório.

A compensatória, como o próprio nome sugere é uma compensação do corpo há algum desajuste nos seguimentos abaixo ou acima da área escoliótica. Dessa forma, quando uma escoliose é identificada ela deve ser tratada a fim de evitar novas compensações deixando o corpo ainda mais suscetível a dores.

A estrutural consiste em uma escoliose que tem um caráter genético principalmente, ou alguns casos como paralisia cerebral, acidente vascular encefálico (AVE) entre outras patologias que geram como consequência uma assimetria dos tônus musculares. Esses casos acima podem ser colocados como escolioses estruturais apesar de serem também secundárias a alguma patologia, pelo fato de não se ter um tipo de tratamento que corrija essa disfunção sem ter que contar com o auxílio de próteses e tratamentos neurológicos.

Como identificar uma escoliose?

A identificação de uma escoliose, seja ela estrutural ou funcional (compensatória) é de fácil avaliação, porém incorre em muitos erros de procedimento visto o número de casos que chegam com diagnóstico errado.

As vezes pelo simples fato de um ombro aparecer mais alto ou um desvio da pelve alguns fisioterapeutas ou médicos mal informados já fecham o diagnóstico de escoliose, ocorrendo em um duplo erro já que não é assim que se confirma uma escoliose como ela por si só não é o problema em si, mas sim um sintoma ou efeito de outras disfunções que essas sim podem ser os problemas reais.

Isso é claro exclui aquelas escolioses congênitas, que esse sim são tidas como causas e efeitos da disfunção.

Para se identificar uma escoliose o procedimento correto a ser adotado é o teste de gibosidade. Nesse teste o paciente fica de frente para o avaliador, este de preferência sentado com a altura do olhar um pouco acima da cintura do paciente. O avaliador pede para o paciente fazer uma flexão de tronco a fim de que o avaliador possa fazer uma varredura visual de forma a percorrer com o olhar toda a curva vertebral no sentido antero posterior.

Iniciando na lombar baixa, e subindo com o olhar alinhado por toda a lombar  buscando qualquer assimetria entre o lado direito e esquerdo, até o final da torácica, ou seja, a parte alta da torácica próximo a junção cervical.

Dessa forma se houver qualquer assimetria entre os hemicorpos haverá ali uma escoliose, com raras as exceções que tornam imprecisas essa forma de avaliação, como por exemplo, hipertonia paravertebral, essa situação pode gerar um falso positivo, portanto o terapeuta terá de ser capaz de diferenciar uma gibosidade de uma hipertonia focal.

O lado mais alto, ou seja, o lado mais posterior da escoliose é o lado que dará nome a lesão. Por exemplo, se ao avaliar a gibosidade e for verificado que o lado direito está mais alto que o esquerdo significa que aquela é uma escoliose direita, e o contrário também é verdadeiro, se o lado esquerdo estiver mais alto (posterior), aquela é uma escoliose esquerda. Isso porque o lado mais alto mostra o lado convexo da curva escoliótica.

Existe ainda os casos, bem comuns de escoliose em S, isto é, escolioses que tem uma parte a direita e outra a esquerda, justamente para compensar e manter a horizontalidade do olhar. Esses casos são bem comuns e representam mais de 50% dos casos de escoliose encontrados, pois dificilmente o corpo não gera uma compensação a uma curva existente.

Tipos de escoliose

Congênita: escoliose resultante de má formação na coluna vertebral, presente desde o nascimento.

Neuromuscular: é a alteração da coluna vertebral por ativação muscular ou nervosa anormal. Este tipo de escoliose é freqüentemente visto em pessoas com paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida ou outras complicações neurológicas. Devido à fraqueza muscular dos estabilizadores espinhais, a coluna vertebral desses pacientes geralmente forma uma grande curva em forma de “C”.

Idiopático: Isto é o que acontece sem uma causa conhecida. Há algumas teorias que argumentam que a escoliose é comum entre os membros da família, sugerindo fortemente que ela tem uma associação com um componente genético. Outra teoria é que as alterações posturais são tão significativas que causam anormalidades nas fibras musculares e dão origem a alterações morfológicas. Está dividido por faixa etária:

Escoliose idiopática infantil: afeta crianças com menos de três anos de idade;

Escoliose idiopática juvenil: afeta crianças de três a nove anos de idade;

Escoliose idiopática adolescente: afeta crianças entre 9 e 18 anos de idade;

Escoliose idiopática de adultos: afeta crianças com mais de 18 anos de idade;

Possíveis tratamentos

Para se tratar a escoliose precisamos antes de mais nada entender que a escoliose normalmente reflete alguma alteração tanto acima quanto abaixo dos segmentos escoliótico. Isto é, a escoliose se forma para compensar algum problema que não necessariamente está localizado ali.

Isso porque o corpo tem a linha visual do horizonte como referência de normalidade, portanto se houver alguma coisa que gere uma posição anormal do corpo, como uma área de dor em que o corpo assuma uma posição antálgica, o corpo irá desviar por essa dor mas de alguma forma compensará os segmentos acima ou abaixo para manter a horizontalidade do olhar.

Assim, a escoliose seria uma situação compensatória a um quadro de dor. Assim como a dor pode gerar uma escoliose, disfunções não necessariamente álgicas como uma rotação de pelve ou um quadro de arco plantar desabado pode também gerar essa condição de forma secundária. Sendo assim, o tratamento da escoliose se da tratando as áreas que estão gerando a compensação escoliótica, isto é, tratando as áreas primárias que levaram o restante do corpo a se compensar, seja ela uma dor ou uma disfunção não dolorosa.

Existe ainda um caso em que a escoliose pode ser considerada o fator primário, ela é a escoliose congênita, isto é, a escoliose em que há uma má formação de uma ou mais vértebras, normalmente em formato de cunha, e assim todo o alinhamento vertebral será comprometido, nesse caso deverá seguir para avaliação médica para uma possível cirurgia corretiva.

A fisioterapia tem diversas técnicas para se tratar escolioses, entre as principais se encontram a reeducação postural global (RPG), a osteopatia e a quiropraxia que atuam para eliminar barreiras para o futuro alinhamento ativo, e a própria ativação muscular específica, isto é, através de exercícios específicos conseguimos gerar torque e pressão nas áreas enfraquecidas pela posição anormal da curva escoliótica assim como gerar movimento, ou flexibilidade para as áreas retraídas ou encurtadas.

Sendo assim, a longo prazo, a principal ferramenta de tratamento para escolioses será a própria ativação e exercícios musculares específicos.

Assista nosso vídeo explicando mais sobre escoliose :

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